domingo, 28 de junho de 2009


Saiba quem é quem no Projeto Lanterninha:

Da esquerda para direita:
1- Delmar
2- Igor Souto
3- Hans Peter
4- Tenille Bezerra
5- Fábio Costa
6- Maria Carolina
7- Marcelo Magalhães
8- Eliana Mendes
9- Andréa Nader
10- Marcelo Benedictis

(Faltam ainda Marcelo Matos, Clarissa Matos, Daiane e Débora Paes)


Conheça mais a experiência do Lanterninha vista de dentro, pela equipe que leva projeto às escolas:

Maria Carolina – Coordenadora Geral 

O Lanterninha nasceu de uma experiência marcante em minha vida: a primeira vez que fui a Manari para pesquisar alguns dados que o João Jardim precisava para fazer o seu documentário: Pro Dia Nascer Feliz. Retomar o contato com o colégio secundarista me remeteu aos meus tempos de estudantes, me fez relembrar o quanto a escola significava para mim naquela época. O filme aguçou a minha necessidade de trabalhar em coisas que tivessem um retorno positivo na transformação da sociedade. Acredito ser o cinema capaz de transformar a vida das pessoas, pois consegue traduzir aquilo que a gente sente, re-significando  a nossa historia, abrindo o nosso caminho para inúmeras possibilidades. Como já trabalho com cinema há algum tempo, já fui produtora, diretora, e ainda sou cinéfila, pensei no Lanterninha como concretização de dois sonhos: trabalhar com arte e contribuir para a fantasia nessa fase da vida em que nos é mais preciosa para a formação da identidade. E o Lanterninha está aí. Ganhou força com o patrocínio da Oi e da Secretaria de Cultura da Bahia. Se uniu à pessoas que compartilham da mesma vontade e foi ganhando corpo, tornando-se vivo, cheio de obstáculos e sempre acreditando nesse ideal de um mundo mais interessante, mais rico, mais cultural. É nesse encontro com os olhos brilhantes da juventude e com os guerreiros que ainda tentam dar sentido a educação do país que o Lanterninha deseja apagar as luzes e deixar o filme rolar.


Tenille Bezerra - Produtora Executiva

O Lanterninha é uma experiência mágica.  

No início do trabalho em 2008 muito idealismo fazia parte da expectativa em relação ao quanto esse projeto poderia transformar a vida dos jovens das escolas públicas que iríamos trabalhar.

Sempre tive a sensação de que a mudança das questões sociais do nosso país passam necessariamente pela educação, e na prática  o Lanterninha me fez ampliar a idéia dessas questões. Mais do que pensar a educação dentro dos limites da escola, devemos estender a compreensão para a realidade fora dela, já que em uma composição simbiótica o indivíduo se torna reflexo das suas condições sociais, educacionais e culturais.

O recorte do cinema brasileiro é fundamental para entendermos o mecanismo de trabalho do projeto, que cria em jovens que nunca foram ao cinema a vontade de gerir um cineclube, propiciando a outras pessoas a oportunidade de conhecer a própria cultura vista na tela grande.

O lanterninha entra na escola e pretende ir além dela, leva o cinema aos jovens para ampliar sua visão crítica e discutir sua identidade cultural, propõe mudanças na estrutura educacional para fortalecer a noção de cidadania e do seu potencial transformador em uma comunidade.

Este ano tudo recomeça e mesmo atingindo milhares de alunos todos os meses com sessões de filmes brasileiros, eu entendo que a verdadeira transformação é aquela sutil, que vimos acontecer em dezenas de alunos no ano passado que ao se apropriarem do projeto resignificaram sua relação com a escola, com o aprendizado e talvez o seu lugar no mundo.


Marcelo Matos - Coordenador Pedagógico

Lanterninha. Cineclube, escola, cinema e educação.

 

A idéia do Lanterninha é simples, óbvia, mas que muito pouco tinha sido feito até então: levar o cinema nacional para as escolas públicas de Salvador. Ter me juntado a equipe para realizar esta idéia simples me gera uma sensação de militância, talvez parecida com aquelas que experimentaram a geração anterior a nossa.

 

Isto talvez porque estejamos trabalhando na base do cinema nacional. E para uma geração pós-ditadura como a nossa, isto é um fato raro, é uma experiência ímpar.

 

Estar em contato com estes professores e jovens tendo como pretexto o cinema nacional é estar diante de um desafio imenso: é mudar a semiótica hollywoodiana – com que a nossa juventude foi formada - fazendo ver que nós brasileiros temos uma semiótica muito mais potente, mas também é desafiar toda a parafernália de nossa educação pública onde a tendência é fazer com que as coisas não funcionem.

 

Por isto, é necessária muito a nossa presença. Mas a grande satisfação é quando a coisa acontece sem a gente.

 

Para alunos e professores organizarem sozinhos uma simples exibição de um filme num horário de aula, é preciso mexer com toda uma estrutura dura e rígida. E aquilo que seria óbvio e simples faz vim à tona o precário funcionamento de nossa instituição escolar. Em algumas escolas, isto vira paralisia e resistência, pois é difícil mudar uma situação historicamente construída. Em outras, alunos e professores tomam o cinema como motivo de reflexão sobre a estrutura da escola e da educação. Nestas, quando a luz do filme consegue se projetar na tela do auditório é porque alguma coisa por ali já está sendo diferente.

 

É dentro deste clima adverso, que é, na verdade, a situação cultural e educacional de nosso país, que não ficamos de braços atados. O Lanterninha talvez seja este primeiro suspiro do cinema que se volta para educação, relação há muito tempo esquecida. Talvez seja de nossas escolas públicas, que possam surgir pensadores que devolvam às telas de nosso cinema questões cruciais para pensarmos a sociedade brasileira.


Andréa Nader - Monitora

Eu trabalhei no Projeto Lanterninha em 2008 como monitora e minha experiência não poderia ter sido mais gratificante!
Quando soube da proposta do Projeto já havia achado incrível, mas foi na prática que percebi como iniciativas como essas são de fundamental importância para os estudantes de escolas pública. Não vou dizer que foi fácil, nem que o processo fluiu como deveria. As dificuldades vem de todos os lados. Complicações burocráticas vindas das instituições (escolas); os professores, que na maioria das vezes, nao conseguem levar para a sala o conteúdo dos filmes; os alunos que, em boa parte nao percebem a "seriedade" desse processo; entre outros. Mas com todos os contras, conseguimos momentos impagáveis em todas as exibições que fizemos.
Trabalhar no Projeto Lanterninha, pra mim, é poder contribuir com a formação de jovens pensantes e oferecer a eles novas possibilidades de conhecimento. Para concluir vou deixar aqui uma frase de Einstein que li há pouco tempo:
"Conhecimento é aquilo que fica, depois que a gente esquece tudo que a aprendeu na escola."

Eu acho que o Projeto Lanterninha é isso. A gente tenta proporcionar para os estudantes aquela experiência que fica para toda a vida.


Marcello Benedictis - Monitor

O que dizer de um Projeto que tem por objetivo levar cinema e formar cineclubes para alunos do ensino público??

O Projeto Lanterninha tem esse objetivo. Muito bom ter a oportunidade de trabalhar em algo que vai dar a chance de acrescentar um outro mundo e mais cultura à vida de adolescentes que muitas vezes nem tiveram a chance de ir a um cinema quanto mais poder além de ver vários filmes, dialogar e debater sobre os mesmos, fazendo ‘links’ com a sua realidade, criar e gerir cine clubes fazendo com que se instaure a cultura do ‘assistir’ obras que os permitam interpretar e raciocinar sobre temáticas diversas que querendo ou não fazem parte de suas vidas.

Eu faço parte. Faça parte você também.


Clarissa Matos - Assistente de produção

Estar nas escolas junto com o Projeto Lanterninha, é poder disseminar o conhecimento que temos, seja ele qual for. Me sinto orgulhosa quando vejo os alunos operando uma câmera filmadora ou quando vejo que muitos alunos, mesmo que tímidos, pegam o microfone e fazem perguntas que despertam um outro olhar ao filme, as vezes diferente do meu ou as vezes eles simplesmente tiram as palavras da minha boca. É muito interessante ouvir o que os alunos têm a falar sobre o filme.

Participar do Projeto é gratificante, pois sei que estou ajudando à levar mais cultura para as escolas e divulgando os filmes brasileiros, que merecem mais apoio, maior destaque e maior valorização.

Minha expectativa para 2009 é envolver mais colégios no projeto, despertando o interesse de formar cineclubes em novos alunos. E além disso, acompanhar o desenvolvimento dos cineclubes do ano passado, vendo os alunos exibirem filmes por conta própria e conseguindo superar possiíveis dificuldades que encontrarem no caminho.

Saiba o que diz a Oi, patrocinadora do Projeto Lanterninha sobre sua parceria com o projeto:

Com justificado orgulho, a Oi patrocina, pelo segundo ano consecutivo, oProjeto Lanterninha acreditando na transformação social, através da utilização de poderosas alavancas, como o cinema e mídias derivadas da sétima arte. Na realização do projeto, vale destacar o apoio do Oi Futuro, cuja missão é identificar, reconhecer e apoiar ações educacionais e culturais que promovam o desenvolvimento humano, através das tecnologias de comunicação e informação.

Na visão da Oi, o Lanterninha, ao tornar a experiência cinematográfica acessível a milhares de estudantes de nível médio, vai além de repensar os paradigmas da escola tradicional e de formar novas platéias, através dos cineclubes. O projeto abre caminho à assimilação dos conteúdos de novas tecnologias, que se multiplicam e se aperfeiçoam em alta velocidade, através de mídias como a telefonia celular. São tecnologias emergentes que transformam o mundo, empolgam as pessoas e abrem novas e melhores perspectivas à vida das comunidades. Assim, é indispensável que sejam compreendidas e assimiladas pelas novas gerações, como pré-requisitos do êxito pessoal e profissional.

Através de sua atividade-fim, a Oi concorre para transformar a sociedade brasileira, por meio da democratização dos valores da cidadania e do acesso à informação e à cultura. Assim, ao patrocinar e dar apoio cultural ao Projeto Lanterninha, Oi e Oi Futuro saúdam as novas turmas de jovens estudantes, inscritos na edição 2009 desse exemplar empreendimento do governo da Bahia.