sexta-feira, 19 de março de 2010

CINEMAM
CIDADE COMO SUPORTE

Na última quinta (18/03/10) e nessa quarta (24/03/10) parte da equipe do Lanterninha (Carol, Fábio, Andréa, Daiane, Rebeca) participou junto com alguns professores e alunos da escola Parque, Aliomar Baleeiro, Lomanto Jr, Manoel Devoto, Luis Tarquinio e Anísio Teixeira de uma sessão de vídeo arte no MAM. O melhor de tudo foi ter esse primeiro reencontro com os lanterninhas e vê que as baterias estão mais que carregadas e que existe grande sintonia entre o grupo.

Durante a exibição veio essa idéia de comentar alguns dos filmes. A programação é um tanto ousada já que são filmes produzidos a mais de uma década, quando artistas como Kiko Goifman, Sandra Kogut (mesma diretora de Mutum) e Eliane Caffe (diretora de Narradores de Javé que consta na programação do Lanterninha) estavam experimentando essa linguagem da vídeo arte. Apesar de um pouco distante da realidade do nosso público, mais acostumado com narrativas mais tradicionais, ir assistir a essa mostra faz a gente refletir sobre a imagem e de como podemos utiliza-la para pensar os espaços a nossa volta. Alguns saíram da sessão acreditando na possibilidade de realizar vídeos assim.

O primeiro programa tem 36 minutos e três vídeos. Foi o que mais me interessou, não sei se todos também pensam assim. Os filmes:

Regina Silveira: Transit

Um vídeo de André Costa que registra um trabalho da artista multimídia Regina Silveira. Ela utiliza projeções de moscas sobre as superfícies da cidade de São Paulo. Interessante ver a enorme mosca adentrar espaços proibidos, invadir as ruas e sobrevoar a noite da cidade as vezes incógnita outras marcando presença. Quem quiser saber mais sobre o trabalho da artista: http://reginasilveira.uol.com.br/

Quilombos Urbanos

Um vídeo da baiana Mônica Simões. Tem um tema interessante: falar dos quilombos que ainda existem na nossa cidade através do discurso de moradores de lugares que se encontram entranhados nos bairros nobres como o Morro da Sereia no Rio Vermelho. O áudio está muito ruim, a gente entende pouco do que se diz. Outro fator problemático é que é difícil de localizar os lugares na cidade, mesmo para nós que somos baianos. Mas o tema é bom, acho que pode gerar boas discussões.

Saiba do último trabalho da artista visual:


Videocabines são Caixas Pretas

Um vídeo de Sandra Kogut. Esse foi o mais legal. Cabines escuras são colocadas no Rio de Janeiro e o passante curioso pode entrar numa delas e tem 30 s para dizer alguma coisa. Algumas figuras hilárias.

Saiba mais sobre a artista: 



O Programa 02 tem 1 h30min. Muito longo e os filmes parecem se aproximar no que diz respeito aos temas. São Paulo, Arnaldo Antunes e a água são imagens recorrentes.

Urbis

Vídeo de Kiko Goifman e Jurandir Muler. Livre adaptação do livro “Two Way Streets”, de Marta Borges, utiliza a sobreposição e a simultaneidade da imagem e do som para criar uma metáfora da cidade como centro que ora se articula, ora entra em conflito. Alguém fez uma reflexão nesse sentido?
Saibam mais sobre os artistas:
Cidade
De Adriana França, Anna Flávia Dias Salles e Rogério Velloso. Poesia em vídeo sobre a vida nas grandes cidades, entremeia imagens do cotidiano urbano, visões subjetivas, situações caseiras, cantigas e dores individuais. Esse é curtinho.
Cidade Sem Janelas 
Eliane Caffé, Jurandir Müller e Lucas Bambozzi. Ensaio poético realizado a partir das obras dos 15 artistas reunidos pelo projeto “Arte Cidade”, uma reflexão sobre a experiência estética dentro das grandes cidades. Artistas plásticos, estudiosos e músicos falam da maior metrópole da América do Sul. Muito parecido com o primeiro. Deve ser porque tem um diretor em comum.
Para saber mais sobre:

O Programa 03 tem 20 min. Confesso que o programa 02 foi muito cansativo, acho que isso esgotou um pouco a nossa paciência para assistir aos três últimos filmes.
Framed by Curtains
De Eder Santos. Visões distorcidas da cidade de Hong Kong, diálogos à espera de um real entendimento entre Ocidente e Oriente. Um reenquadramento da paisagem urbana e caótica da cidade logo após a sua devolução à China. Como alguém que observa da janela e refaz a realidade a seu modo, o vídeo reflete a visão subjetiva do autor das cenas cotidianas. Esse a professora Rita encontrou aspectos que podem ser trabalhados nas aulas de matemática.
Mais sobre o artista (parte do site está em ingles): http://www.tremchic.com/index_mac.html
Talk to me
De Camila Sposati. Um helicóptero sobrevoa São Paulo, a maior cidade da América Latina, com 25 milhões de habitantes, ao som de uma trilha sonora que traz um diálogo fragmentado. O trabalho explora a tensão entre o público e o privado, justapondo uma visão macro de uma grande cidade contra a visão micro de uma situação doméstica. Dessa maneira, anuncia as contradições entre estas duas perspectivas. Esse já é mais interessante. O diálogo corrriqueiro é bem pontual e a idéia de que ele pode estar ocorrendo em qualquer parte da cidade imensa que é São Paulo se mostra na contradição da imagem com o áudio.
Cadê o Tempo
De Aggéo Simões e Mônica Toledo. Videopoema sobre a relatividade do tempo e alguns de seus significados. Esse eu achei bem piegas, um pouco de mau gosto.
Confira um texto sobre Imagem, Perfomance e Texto na videopoesia: http://www.letras.ufmg.br/atelaeotexto/pesquisaadriana.htm

Bom é isso aí. Quem teve o prazer de ler esses esboços e assistir à Mostra no CINEMAM faça seus comentários.

Repórter Lanterninha

terça-feira, 9 de março de 2010


Lanterninha em 2010!!!


O Cinema está no ar! É isso aí pessoal. Logo estaremos de volta para juntarmos força na realização desse sonho. Vamos ocupar as escolas e as nossas comunidades com arte, com atitude e com o cinema, com o cinema brasileiro.

Até já!

http://www.oifuturo.org.br/patrocinios2010/resultados


http://correio24horas.globo.com/pageflip/

(matéria do Correio da Bahia, pag 09)